Lembro-me bem há exatos três ou quatro anos atrás, eu sentada na beirinha de sua cama, e ele sentado na beira do outro lado, eu dizendo: estou indo embora, esse é o nosso fim. Seus olhos marejaram e eu fiquei muda e descrente do que estava acontecendo, quando então não conseguia dizer: acabou, fiz menção de levantar e sair e ele virou de costas ainda sentado, também ficou mudo, quando meu coração doeu tanto e já começava um rio se formar sob meus olhos que ao mesmo tempo via os olhos dele na mesma. Depois disso, anos vivendo separados, eu freqüentava sua casa como de costume, mas nem nos olhávamos até que a magoa passou. Toda aquela frieza se tornou um Oi, um aperto de mão, além do mais ele havia me dito assim que nos falamos que eu era indiferente para ele. Até que fomos mais longe, uma viagem ‘juntos’ com amigos, no primeiro dia eu fiquei sem jeito, e no dia seguinte veio a surpresa: ontem eu ia falar com você mas você estava me evitando. Eu ia te convidar para dormir comigo. Mudei de assunto e fomos a praia, seu comportamento frio, aquele tratamento indiferente havia mudado, embora muito magoado ele ainda era gentil, comentei que estava com medo do mar, ele disse: vamos comigo? Não fui. Fui minutos depois, SOZINHA. Essa rejeição da minha parte é inevitável porque prometi que nunca mais causaria nenhum dano aquele menino, porque fiz um estrago com o coração dele, ele jamais se entregou a ninguém, eu fui seu primeiro amor. E como todo primeiro amor, eu fui o doce e o veneno ao mesmo tempo. Quando um dia fiquei em casa e todos foram ao lual, ele ficou também e ficamos debruçados na sacada e começamos a conversar da vida, trabalho, família até que então, falamos sobre nós dois, já era o penúltimo dia, ele disse o quanto ele era cego por mim, e o quanto ele sofreu e o quanto as outras mulheres sofreram depois, fiquei completamente frustrada porque nenhum amor é igual ao outro, que ele havia desperdiçado todas as chances que teve de apagar isso tudo e viver um amor de verdade, acho que ele preferiu nutrir esse sentimento todo. Uma vez amor que ganhou adjetivos: ódio, magoa, ilusão. No ultimo dia: vivi um constrangimento, ele acordou nostálgico, triste, calado, se isolou de todos e por fim chorava, e não falava. Aquela cena do quarto veio na hora, fiquei angustiada, pensei: será que isso nunca vai ter um fim? Quanto mais eu tento fazer certo, causo um estrago terrível na vida dos outros, quando havia passado o choro, e ele parecia normal, eu perguntei: o que aconteceu? – Ele disse em tom seco: NADA NÃO! E virou o rosto, naquele momento eu tive certeza, essa historia está longe de acabar....
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