Estive pensando bastante nas mudanças, e que algumas pessoas não se adaptaram a elas.
Creio que com o passar do tempo muita gente vai se dissipar de tudo. Eu sempre fui muito amorosa, carinhosa, atenciosa, presente, mas com o passar do tempo, com outros compromissos, até mesmo com minha nova personalidade, eu comecei a sair desse perfil todo apegado as coisas, não dependo tanto da convivência com os amigos, visitas, saídas freqüentas, festas, sociais sempre, e ainda sim, eu as amo, penso nelas, estão o tempo todo dentro do meu contexto geral, mesmo sozinha eu as levo o tempo todo comigo, as vezes estou em um local, vejo uma vitrine, um bar e automaticamente aquilo me traz cada queridinho na mente. Aí vem a saudade e a necessidade da presença, mas isso se tornou chato, agora não são apenas furos, falta de visitas, isso se tornou geral, sem exceções e isso magoa as pessoas. Eu não esqueço mas, não demonstro que não esqueci que aí passa a imagem contrária da mesma forma, eu lembro de você, sei que é seu aniversário e não ligo: e depois vem um monte de amigo se sentindo abandonado, se queixando e eu me sentindo mal. Eu tinha uma amiga de infância, que ela casou, escolheu uma vida divergente a minha, que não seria possível conciliar , a única forma de vê-la era indo na casa dela ou ela na minha, nada de bares, festas, porque não fazia o estilo dela porque a vida dela era casa, namorado, casa do namorado, foi quando ela engravidou e apesar de eu não ter sido participativa na gravidez, me lembro como se fosse hoje, eu indo até a casa do namorado dela, com um presente e um sorriso, a minha felicidade era sincera, e lembro do rosto dela indiferente, eu me senti péssima, uma estranha. Tudo bem que não éramos coladas toda vida, até porque ela não era colada com ninguém, nenhuma amizade da época ela tinha contato porque ela se escondeu, mas não estou aqui para julgar suas escolhas e sim, porque EU sim fiquei magoada com sua atitude, e mesmo sem graça quebrei o gelo, segurei a criança em meus braços e disse:” eu e sua mãe sonhávamos com esse momento, quando nossos filhos estivessem aqui, você veio primeiro, eu sou sua tia Ana e um dia eu também terei uma assim porque sonhos são eternos”(....) finalmente em nome daquela amizade forte ela abriu a guarda e sorriu, me senti bem melhor mas, o clima, a falta de assunto que a distancia faz acaba com qualquer momento bonito, então me despedi e fui embora um pouco frustrada, mas nada mudou continuamos distantes porque não se pode forçar nada, não posso pegar a vida dela toda e reproduzir o tempo que não estive lá, tenho outras amigas que tento fazer diferente, enquanto há tempo a gente sempre consegue vencer. Talvez seja como uma amiga que sempre reclamou muito disse:
-“ Ela é o tipo de pessoa que não cria raízes por nada, ela esquece datas de aniversários, ela não mistura amigos, e quantas vezes eu resmunguei por todo esse desapego generalizado?! Mas não têm jeito ela é assim e eu me acostumei, conversamos e rimos muito pelas ruas por ai, mas isso só acontece quando nos encontramos por acaso, porque ela também tem também tem furona no nome. Ela é singular, sempre foi assim e independente disso o meu carinho sempre fica.”