Apesar de ser Carnaval, creio que estarei em um estado de isolamento, isso porque não quero simplesmente me divertir, dormir e acordar bêbada, fingir que gosto de algumas pessoas que estarão comigo, que viverei um amor de carnaval, estou evitando certa carência porque depois que terminamos há 4 anos, estaremos sob o mesmo teto, sob a mesma cama talvez, é um certo desconforto. Ontem procurando os livros, encontrei uns papéis imprensados no fundo da gaveta, eram cartas escritas a próprio punho, não precisei ler nada, bastou olhar para lembrar exatamente tudo que estava escrito, da emoção que sentia por alguém tão reservado e cheio de princípios dizia sobre uma garota como eu: compulsiva, teimosa, egoísta-ele via beleza aqui mesmo sem ninguém mais ver, nem eu. Os anos se passaram e tudo que ele achava de mim se tornou nulo porque a imagem que ele tem de mim é o que qualquer um que não me conhece acha, e isso me traz uma revolta dupla: a primeira porque eu deixei com que ele esquecesse quem eu era, e outra pelas convicções dele não ter sido forte ao ponto de ele nunca perder a fé em mim, quando a gente brigava, quando eu terminei, quando eu tinha crises de personalidade ele fazia questão de dizer: eu acredito em você, eu conheço você, como ninguém conhece, e dias antes ele me disse: que eu me tornei uma pessoa qualquer, disse exatamente assim: -
'Esse tempo em que ficamos sem se falar, você passava por mim e parecia que você nem existia, é assim que eu te vejo hoje. Indiferente." Isso doeu tanto, porém é isso que somos para as pessoas, elas juram te amar incondicionalmente mas, é tudo mentira. E então, eu me pergunto: por que preciso de alguém?
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