terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Em minhas malas por enquanto só tem dois livros, uma pasta preta com folhas em branco.
Apesar de ser Carnaval, creio que estarei em um estado de isolamento, isso porque não quero simplesmente me divertir, dormir e acordar bêbada, fingir que gosto de algumas pessoas que estarão comigo, que viverei um amor de carnaval, estou evitando certa carência porque depois que terminamos há 4 anos, estaremos sob o mesmo teto, sob a mesma cama talvez, é um certo desconforto. Ontem procurando os livros, encontrei uns papéis imprensados no fundo da gaveta, eram cartas escritas a próprio punho, não precisei ler nada, bastou olhar para lembrar exatamente tudo que estava escrito, da emoção que sentia por alguém tão reservado e cheio de princípios dizia sobre uma garota como eu: compulsiva, teimosa, egoísta-ele via beleza aqui mesmo sem ninguém mais ver, nem eu. Os anos se passaram e tudo que ele achava de mim se tornou nulo porque a imagem que ele tem de mim é o que qualquer um que não me conhece acha, e isso me traz uma revolta dupla: a primeira porque eu deixei com que ele esquecesse quem eu era, e outra pelas convicções dele  não ter sido forte ao ponto de ele nunca perder a fé em mim, quando a gente brigava, quando eu terminei, quando eu tinha crises de personalidade ele fazia questão de dizer: eu acredito em você, eu conheço você, como ninguém conhece, e dias antes ele me disse: que eu me tornei uma pessoa qualquer, disse exatamente assim: - 
'Esse tempo em que ficamos sem se falar, você passava por mim e parecia que você nem existia, é assim que eu te vejo hoje. Indiferente." Isso doeu tanto, porém é isso que somos para as pessoas, elas juram te amar incondicionalmente mas, é tudo mentira. E então, eu me pergunto: por que preciso de alguém?

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