segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Caralho!

Pois é, uma menina linda, educada, começando 2012 com um titulo tão OPA!
Pois é, iniciei o ano cheia de incertezas, medo, sentindo falta de muitas coisas, revendo muita coisa, lembrando de muita coisa, aquela bagunça interna de sempre. E na Tpm, e chata, com abstinência de toque, de álcool e de cigarros(pois minha meta é diminuir ao máximo e largar os vícios.) Então, o que me deixa feliz e empolgada é quando surge algo que me prenda sabe? Que me encanta, coisa difícil ultimamente, eu sou chata fato, porém muito sensível aos causas sociais em geral, e fico chateada com essas campanhas idiotas do Facebook, pessoas que não tem a minima noção do que realmente ocorre na vida, e eu tento ter esse momento ao menos para ter consciência e na hora que surge a oportunidade EU FAÇO, eu ajudo, mesmo que não tenha nenhuma atividade social, esse compromisso a longo prazo, sempre tem a hora que você tem que fazer, existe a oportunidade nas ruas, na porta da sua casa, no vizinho ao lado, na sua igreja, e se quiser ir a fundo procure um orfanato, um asilo próximo, não vai doer, só não deixe passar a chance de ajudar. E hoje, nesse momento estou viciada em um blog Historias das Ruas / Por Henrique Rangel e não consigo parar de ler, cada história uma mais emocionante que a outra, nos faz ver todo um entorno daquilo, que há motivos que as fez chegar até as ruas, a não ter uma casa, uma família, muitos já nasceram assim sabe? Sem ao menos escolher, vale muito a pena, você que só se comove com campanhas sem procedentes de Redes Sociais, eu recomendo é uma ótima leitura: Destaquei a ultima postagem a história de Eliane, como mulher essa história me comoveu bastante porque é uma realidade triste, citam três coisas muito fortes, a violência doméstica, as drogas, e o violência sexual (estupro), vale a pena ler:

E com tudo isso, ainda cultiva essa sorriso.

“Eliane, esse é o meu nome...
Hoje tenho 33 anos de idade, e moro nas ruas a 4 anos. O que me trouxe aqui?
Bom, vários fatores, primeiro que vivia uma vida infernal ao lado de meu ex-marido, uma pessoa que me recuso a chamar de homem.
Nos anos em que passamos juntos sofria muito, e sempre era espancada; Ele me batia sem motivo, sem explicação. Pra ele eu era, vamos se dizer,  uma sessão de descarrego, um saco de pancadas.
Em nosso casamento a única coisa boa que levo comigo até hoje foram as duas filhas que ele conseguiu me dar, Joyce e Juliana, uma de 9 anos e outra de 7 anos. 
Porém do mesmo jeito que ele conseguiu me dar, ele fez de tudo para tirar.
Há alguns anos atrás, sofrendo com os espancamentos diários, eu entrei em depressão profunda e comecei a me drogar. Não me julgo certa, mas a droga pra mim era um refúgio do que eu vivia dentro de minha própria casa.
Me perdi totalmente nesse mundo sujo que é o das drogas, e junto disso perdi a guarda de minhas filhas, e com total certeza esse foi o momento mais difícil da minha vida.
Sem minha filhas comigo, eu me afundei mais ainda, perdi emprego, amigos e familiares se afastaram de mim. Quando percebi,  já estava na situação mais deplorável possível, nas ruas.
Sempre pensei que a rua era o fim de qualquer pessoa, se não é de qualquer pessoa, para mim foi.
No começo, quando fui para as ruas eu conheci uma pessoa muito especial, Felipe, meu companheiro que eu  amava muito. Ele sim sabia como tratar uma mulher, eu me sentia amada perto dele, me sentia protegida.
Ele tinha um problema de epilepsia, tinha crises quase sempre, e eu sempre estive do lado dele, mas depois de dois anos que estávamos juntos, em uma dessas crises, ele morreu.
Foi uma perda muito difícil, porque depois disso vivo sozinha até hoje.
O mais difícil de viver sozinha nas ruas de São Paulo, sendo uma mulher, é a violência. Já fui abusada sexualmente uma vez, e foi a pior sensação que tive e toda a minha vida, me senti o lixo mais podre do mundo inteiro.
Hoje, a única coisa em que consigo pensar é como sair dessa situação, poder ter minhas filhas de volta e poder dar uma vida digna para elas.
Todos pensam que estou aqui onde estou por opção, mas ninguém consegue pensar no quanto eu sofri para chegar até aqui. Posso sim ter errado muito, principalmente com as minhas filhas, mas isso não significa que eu não queira mudar.”

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